Uma pediatra, um biólogo e um psiquiatra rebateram os argumentos de um militante LGBT
Três médicos, especialistas em pediatria, biologia e psiquiatria, estão criticando o que afirmam ser uma confiança em emoções colocada acima de fatos quando se estuda e trata de crianças que pensam ser transgênero. Em um painel de discussão na The Heritage Foundation, os médicos afirmaram que a ideologia transgênero que permeia a sociedade atualmente prejudica as crianças e compromete a pesquisa científica.
Ryan Anderson, pesquisador de “Princípios e Políticas Públicas” da The Heritage Foundation, foi o mediador de um extenso debate com os doutores Michelle Cretella, Paul Hruz e Allan Josephson.
Ponto de vista da pediatria
Cretella é a presidente do American College of Pediatricians, sediado na Flórida. Ela destacou o que determina o sexo de uma criança. “Sexo biológico não é ‘atribuído’”, assegurou. “Ele é determinado pelo nosso DNA no momento da concepção, e está em cada célula do nosso corpo. Isso se resume a cromossomos: se uma pessoa tem um cromossomo Y, é um menino; se não tem, é uma menina”.
A pediatra destacou que “pensamentos e sentimentos não são programados antes do nascimento. Eles são desenvolvidos ao longo do tempo.” Lembrou ainda que não existem exames científicos ou evidências biológicas que possam afirmar o gênero “escolhido” por uma pessoa. Para ilustrar seus argumentos, ela contou um caso real.
Há dez anos, narrou Cretella, ela atendeu um paciente chamado “Andy”, que dizia ser transgênero: “Entre os 3 e 5 anos de idade, o pequeno Andy passou a brincar cada vez mais com brinquedos de meninas. Aqueles brinquedos tipicamente femininos. Ele de fato fazia amizade com meninas com maior facilidade, e começou a dizer aos seus pais ‘Mamãe, papai, eu sou uma menina’”.
Como profissional, a opção de Cretella foi encaminhar os pais de Andy a um terapeuta, para poder observar as dinâmicas familiares por trás das circunstâncias.
“Durante uma sessão, eles tiveram uma revelação”, conta. “Andy segurava um caminhão e uma boneca Barbie. Quando colocou o caminhão de lado, olhou para os pais e disse: ‘mamãe, papai, vocês não me amam quando eu sou um menino’. Foi a partir daí que o terapeuta tinha algo para trabalhar.”
Acontece que a irmã de Andy, que era portadora de necessidades especiais, nasceu quando ele tinha três anos de idade. Os pais acabavam dando mais atenção a ela por que ela demandava isso. Andy pensava que eles simplesmente preferiam sua irmã e que ele precisava ser uma menina para que os seus pais lhe amassem.
Focando a terapia nas dinâmicas familiares, Andy progrediu no seu tratamento. “No ano seguinte, esse trabalho terapêutico foi o que aliviou a disforia de gênero de Andy”, explicou Cretella ao jornal The Daily Signal. “Ele não tinha mais uma necessidade psicológica de ser do sexo oposto para sentir-se amado. Um ano depois daquela sessão Andy estava feliz, saudável e se identificava como menino.”
Então Cretella fez um paralelo, insistindo que Andy não receberia esse mesmo tratamento hoje. “Atualmente, o pediatra teria encaminhado Andy e a família para especialistas em gênero ou a uma clínica especializada em gênero. Os pais escutariam imediatamente que isso é quem ele é”, asseverou
Ponto de vista da psiquiatria
Josephson, professor e chefe da Divisão de Psiquiatria Infantil e Adolescente na Universidade de Louisville, Kentucky, classifica a atual revolução transgênero de “um fenômeno social-cultural-psicológico”, mas deixou claro que trata-se de um “fenômeno negligente, que negligencia as necessidades de desenvolvimento das crianças.”
Segundo Josephson, crianças pequenas não possuem a capacidade de tomar decisões sobre identidade sexual, do mesmo modo que não têm capacidade de dirigir um carro ou escolher dormir no horário certo. O médico insiste que é obrigação dos pais ajudar os seus filhos a aprenderem essas coisas durante o seu desenvolvimento.
Quando os pais não tomam atitudes no processo de tomada de decisões de seus filhos, principalmente no tocante à identidade sexual, o desenvolvimento das crianças é prejudicado, garantiu. “Claro que você pode apoiar e amar seus filhos”, disse. “Mas não apoie uma ideia errada.”
Ponto de vista da biologia
Hruz, professor associado de pediatria, endocrinologia, biologia celular e fisiologia na Universidade Washington, em Saint Louis, destacou os problemas psicológicos que as pessoas transgênero enfrentam. Isso inclui depressão e ansiedade, e eles podem ter consequências negativas, como abuso de substâncias químicas.
“Essas crianças que têm uma identidade de gênero que não se alinha ao seu sexo realmente estão sofrendo”, lamentou. O doutor Hruz pontuou que as diretrizes para o tratamento de pacientes transgênero surgiram nos Países Baixos e foram introduzidas nos EUA há cerca de dez anos, de onde se tornaram quase normativas nos outros países.
Antes disso, lembra, a identidade transgênero era considerada uma questão psicológica. Hoje, os médicos sugerem usar bloqueadores de puberdade e terapia hormonal nos pacientes que sofrem de disforia de gênero.
Havia estudos sobre os efeitos dessas novas diretrizes, mas, de acordo com Hruz, eles não conseguiram causar uma mudança drástica na abordagem escolhida pelos médicos que tratam problemas de identidade de gênero.
“Não há diretrizes bem estabelecidas para tratamento, portanto as evidências por trás desse novo paradigma de tratamento são quase inexistentes.”
Ciência X preconceito
Na parte do painel onde os médicos respondiam perguntas, Zack Ford, o editor de temáticas LGBTQ do site esquerdista ThinkProgress, questionou se alguém deveria acreditar que eles se preocupavam com o bem das crianças quando seus pontos de vista sobre o tema se mostravam “em gritante contraste com grandes organizações médicas” e refletiam “um preconceito claro contra pessoas trans.”
Ford acrescentou que estudos concluem que quando os pais apoiam o gênero escolhido pela criança, aliviam qualquer estresse emocional que ela pode ter durante a transição.
A resposta de Cretella iniciou com a consideração sobre o uso de bloqueadores de puberdade, o que equivale a tratar a biologia da criança como uma doença que precisava ser combatida. Depois, apontou falhas conhecidas nesses estudos a que Ford se referiu. Primeiramente, esses estudos pressupõem que afirmar uma ideia falsa – a identidade de gênero – é algo saudável para um indivíduo. Em segundo lugar, ela ressaltou que tais estudos foram pequenos e de curto prazo.
Outro aspecto relevante é que o grupo de controle de crianças mentalmente saudáveis eram irmãos das crianças transgênero. Em um e-mail ao The Daily Signal, Cretella aprofundou a questão:
“Irmãos não-trans têm um índice mais alto de distúrbios mentais comparado com a população em geral. Um grupo de controle autêntico deveria reunir crianças que vivem em estruturas familiares similares, sem qualquer indivíduo que se identifique como transgênero.”
Em quarto lugar, lembrou, que nesses estudos eram os pais avaliando a saúde mental das crianças, não cientistas.
Hruz respondeu a Ford que cientistas objetivos observam as hipóteses de um problema e buscam encontrar a melhor conclusão. Eles não são “tendenciosos” ao apontar uma resposta preferida sem analisar todas as alternativas.
Quando Ford mencionou que crianças transgênero têm “alívio de estresse” nos casos em que os pais apoiam a sua escolha de gênero, Josephson simplesmente disse que os estudos mencionados por Ford falham por que consideram somente o alívio temporário da criança e não analisam os efeitos de longo prazo do problema.
fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/ideologia-de-genero-prejudica-criancas-pesquisa-cientifica/
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