“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” – Colossenses 2:16, 17.
“Exposição da Epístola do Apóstolo São Paulo aos Gálatas”.
Por Pr. Plínio Sousa.
O fim deste mandamento é que, mortos para os nossos próprios interesses e obras, meditemos no Reino de Deus e a essa meditação nos apliquemos com os meios por ele estabelecidos. Contudo, uma vez que tem este mandamento uma consideração peculiar e distinta dos outros, ele requer ordem de exposição um pouco diferente. Os antigos costumam chamá-lo um mandamento prefigurativo, porque contém a observância externa de um dia, a qual foi abolida, com as demais figuras, na vinda de Cristo, o que certamente é dito por eles com verdade, mas ferem a questão apenas pela metade. Por isso tem-se de buscar uma exposição mais profunda e levar em consideração três causas pelas quais, a mim me parece ficar patente, eles têm observado este mandamento.
Primeira, pois o Celeste Legislador quis que sob o descanso do sétimo dia prefigurasse ao povo de Israel um repouso espiritual, pelo qual devem os fiéis descansar de suas próprias atividades para que deixem Deus operar neles. Segunda, quis Ele que um dia fosse estabelecido no qual se reunissem para ouvir a lei e realizar os atos de culto, ou, pelo menos, o consagrassem particularmente à meditação de suas obras, de sorte que, por esta rememoração, fossem exercitados à piedade. Terceira, ordenou um dia de repouso no qual se concedesse aos servos e aos que vivem sob o domínio de outros para que tivessem alguma relaxação de seu labor.
Devemos guardar a Lei para que haja justificação diante de Deus? A guarda do sábado, por exemplo, é uma ordenação para igreja de Cristo? Faz parte da graça obedecermos a preceitos da lei para que assim sejamos aceitos por Deus? Porque os adventistas “obrigam” as pessoas a guardarem um dia como se isso fosse uma condição de aceitação por parte de Deus? Eles estão com a verdade? O que a escritura nos diz a respeito?
Primeiro, devemos entender que a guarda dos sábados existiam dois princípios: 1) moral e 2) cerimonial, o único princípio que devemos guardar é o moral, pois, a perpetuidade da guarda de um dia para adorarmos a Deus existem evidências bíblicas, e acompanha a Teologia histórica, mas já a cerimonial já foi cumprida em Cristo de acordo com Colossenses 2:17 onde diz “(que os ritos cerimoniais), são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.
Nesse texto refutaremos a questão “judaizante” pregada pelos adventistas, onde ensinam que para que um cristão tenha verdadeiramente fé e real espiritualidade, é necessário que se observe a preceitos da Lei. Será? A epístola escrita pelo Apóstolo São Paulo aos Gálatas responderá a essa questão.
Paulo inicia sua argumentação acerca de como um pecador é aceito ou não por Deus a partir do capítulo 2:15: “O fato é que nós somos judeus de nascimento e não “pecadores não judeus”, como eles são chamados. Mas sabemos que todos são aceitos por Deus somente pela fé em Jesus Cristo, e não por fazerem o que a lei manda”, aqui notamos por qual meio todos são aceitos por Deus, e é nessa parte que está à chave para toda a interpretação acerca das doutrinas da graça, “a fé – Sola Fide”, em Jesus Cristo, pois, “o justo viverá pela fé”. (Romanos 1:17). Assim nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por fazermos o que a Lei ordena. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei ordena. Ao procurarmos ser aceitos por Deus por estarmos unidos com Cristo, fica claro que somos pecadores como os não judeus. Mas será que isso quer dizer que Cristo trabalha em favor do pecado? Não! Claro que não! Se eu, depois de ter destruído a lei, começar a construí-la de novo como meio de ser aceito por Deus, aí, sim, fica claro que eu havia quebrado a Lei. Pois, quanto à Lei, estou morto, morto pela própria Lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz.
Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a Si mesmo por mim. Eu me recuso a rejeitar a graça de Deus. Pois, se é por meio da Lei que as pessoas são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou nada!
E não é isso que os adventistas ensinam quando obrigam aos crentes a guardarem o sábado, ou a se abster de determinados alimentos? Dessa forma não negam a graça de Deus? Reconstruindo a lei como uma forma de serem aceitos por Deus por obras da Lei? O ensinamento de Paulo não é claro acerca da nossa aceitação mediante a fé? Sim! Claro que sim!
LEI E FÉ
Paulo na exposição do evangelho de Jesus Cristo no terceiro capítulo aos Gálatas inicia dizendo da insensatez de reverte-se ao legalismo. Ó gálatas sem juízo! E ainda, para os tempos atuais Paulo diria: “Ó adventistas sem juízo!” Quem foi que enfeitiçou vocês?
Na pregação de Paulo ele diz: Eu fiz uma descrição perfeita da morte de Jesus Cristo na cruz, por assim dizer, vocês viram Jesus na cruz, e até mesmo o Seu sangue sendo derramado. E hoje temos a plenitude de toda revelação disponível e iluminada em nosso entendimento por meio do Espírito Santo, e vocês adventistas preferiram uma “profetisa” (Ellen G.White). Talvez esteja aqui à fonte de toda deterioração acerca da interpretação bíblica por parte dos Adventistas.
Adventistas respondam: Vocês receberam o Espírito de Deus por terem feito o que a lei manda ou por terem ouvido a mensagem do evangelho e terem crido nela? Como é que vocês podem ter tão pouco juízo? Vocês começaram a sua vida cristã pelo poder do Espírito de Deus e agora querem ir até o fim pelas suas próprias forças? Será que as coisas pelas quais vocês passaram não serviram para nada? Não é possível! Será que, quando Deus dá o seu Espírito e faz milagres entre vocês, é porque vocês fazem o que a Lei manda? Não será que é porque vocês ouvem a mensagem e creem nela?
Lembrem-se do que as Escrituras Sagradas dizem a respeito de Abraão: “Ele creu em Deus, e por isso Deus o aceitou”. Portanto, vocês devem saber que os verdadeiros descendentes de Abraão são os que têm fé. Antes que isso acontecesse, viram nas Escrituras que Deus iria aceitar os “não judeus” por meio da fé. Por isso, antes de chegar o tempo, elas anunciaram a boa notícia a Abraão, dizendo: “Por meio de você, Deus abençoará todos os povos”. Abraão creu e foi abençoado, portanto, todos os que creem são abençoados como ele foi.
Os que confiam na sua obediência à lei estão debaixo da maldição de Deus. Pois as Escrituras Sagradas dizem: “Quem não obedece sempre a tudo o que está escrito no Livro da Lei está debaixo da maldição de Deus”. (Gálatas 3:10) E vocês adventistas, obedecem a tudo o que a Lei manda? É claro que não! É claro que ninguém é aceito por Deus por meio da Lei, pois as Escrituras dizem: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”. Mas a lei não tem nada a ver com a fé. Pelo contrário, como dizem as Escrituras: “Viverá aquele que fizer o que a lei manda”.
Porém Cristo, tornando-se maldição por nós, nos livrou da maldição imposta pela Lei. Como dizem as Escrituras: “Maldito todo aquele que for pendurado numa cruz!” Cristo fez isso para que a bênção que Deus prometeu a Abraão seja dada, por meio de Cristo Jesus, aos não judeus, a nós cristãos, e para que todos nós recebamos por meio da fé o Espírito que Deus prometeu. E vocês não querem essa liberdade por achar que podem agradar a Deus por suas próprias obras? Acham que receberam a aprovação de Deus por méritos próprios? “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus”. (Romanos 3:10,11).
E vocês adventistas, esqueceram-se dessa situação em que o homem natural se encontra? Vocês eram assim! Vocês foram aceitos por Deus pelas obras da lei ou pela obra de Cristo? Vocês são salvos por seus esforços ou pela obra do Calvário? Vocês esqueceram o que Tiago disse: “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado de todos”.
Adventistas, vou usar um exemplo cotidiano: quando duas pessoas combinam alguma coisa e assinam um contrato, ninguém pode quebrá-lo ou acrescentar qualquer coisa a ele. Pois Deus fez as suas promessas a Abraão e ao seu descendente. Quando as Escrituras dizem que Deus fez as suas promessas a Abraão “e à sua descendência”, elas não querem dizer que se trata de muitas pessoas, mas de uma só, isto é, Cristo Jesus. O que eu quero dizer é: que Deus fez uma aliança com Abraão e prometeu cumpri-la. A lei, que foi dada quatrocentos e trinta anos depois, não pode quebrar aquela aliança, nem anular a promessa de Deus. Porque, se aquilo que Deus dá depende da Lei, então o que ele dá já não depende da sua promessa. Mas o que Deus deu a Abraão, Ele deu porque havia prometido. E porque vocês acham que Deus lhes dará alguma coisa mediante da Lei? O que vocês não conseguem entender? Porque vocês negam a graça de Deus? Na Lei morremos! E em Cristo vivemos!
Então, por que é que foi dada a Lei? Ela foi dada para mostrar as coisas que são contra a vontade de Deus. Em primeiro lugar, a Lei tinha a intenção de revelar o pecado, e não de assegurar a justiça (Romanos 4:15; 5:20). Uma medida temporária, introduzida para convencer as pessoas de sua necessidade de justificação e de sua incapacidade de se salvar a si mesmos, levando-os, assim, a necessidade urgente de uma Salvador (redenção), Cristo Jesus! Em segundo lugar, a Lei é inferior à promessa, vinda pelos anjos e por Moisés (Deuteronômio 33:2; Salmos 68:17; Atos 7:53; Hebreus 2:2) em contraste à promessa que veio direto de Deus para Abraão.
Lembremo-nos desta ocasião: “O povo, ao ver que Moisés demorava a descer do monte, juntou-se ao redor de Arão e lhe disse: Venha, faça para nós deuses que nos conduzam, pois a esse Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu”. (Êxodo 32:1).
Vocês (adventistas) se acham diferentes desse povo? A resposta é não! Vocês se acham possuidores da verdade? A resposta é não! A semelhança de vocês (adventistas), e desse povo é que vocês sentem a mesma vontade, só que em tempos diferentes, à volta escravidão!
Se nenhum homem conseguiu cumprir a Lei, e porque vocês acham que conseguirão? O mais perfeito dos Rabis, conseguiu apenas observar 230 pontos dos 613 preceitos da Lei, a Lei diz: “Faça e viva!”, no entanto a Graça diz: “Viva e Faça!”.
A lei devia durar até que viesse o descendente de Abraão, pois a promessa foi feita a esse descendente. A lei foi entregue por anjos, e um homem serviu de intermediário. Porém não é preciso haver intermediário quando se está falando de uma só pessoa, e Deus é um só (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo). Aleluia!
Será que isso quer dizer que a Lei é contra as promessas de Deus? É claro que não! Porque, se tivesse sido dada uma Lei que pudesse dar vida às pessoas, então elas seriam aceitas por Deus, pois, obedeceriam a Ele pela Lei, e porque vocês não entendem isso? A Lei não pode nos dá a vida, na verdade estamos mortos por causa da Lei. Porém as Escrituras Sagradas afirmam que o mundo inteiro está dominado pelo pecado, e isso para que as pessoas receba o que Deus promete aos que têm fé em Jesus Cristo, a salvação: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. (Efésios 2:8).
Mas, antes que chegasse o tempo da fé, nós éramos prisioneiros da Lei, até que fosse revelada a fé que devia vir. Assim, a Lei ficou tomando conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé no Filho de Deus. Agora que chegou o tempo da fé, não precisamos mais da Lei para tomar conta de nós.
Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos são filhos (adotados) de Deus por eleição, segundo o beneplácito de Sua vontade. Porque vocês foram batizados para ficarem unidos com Cristo e assim se revestiram com as qualidades do próprio Cristo. Desse modo não existe diferença entre judeus e não judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres, “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa (dias sagrados anuais), ou da lua nova (dias sagrados mensais), ou DOS SÁBADOS (dias sagrados semanais), Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. (Colossenses 2:16,17).
Todos nós somos um só (corpo) por estarmos unidos com Cristo Jesus, o cabeça. E, já que vocês pertencem a Cristo, se é que pertencem, então são descendentes de Abraão e receberão aquilo que Deus prometeu, mas não digam que para receber tal promessa obrigatoriamente se faz necessário guardar os sábados ou qualquer outro preceito da Lei, porque não encontramos nenhum fundamento bíblico para a sustentação dessa doutrina “judaizante”, na dispensação da graça, no pacto da graça.
Vocês que querem estar debaixo da Lei, me digam uma coisa: Vocês não estão ouvindo o que a Lei diz? Ela diz que Abraão teve dois filhos: um de uma escrava, Agar; e outro, de uma mulher livre, Sara. O filho da escrava foi gerado como todas as crianças são geradas, mas o filho da mulher livre foi gerado por causa da promessa de Deus. Isto serve como um símbolo: as duas mulheres representam as duas alianças. Uma aliança é a do monte Sinai e está representada por Agar. Os que são dessa aliança nascem escravos (réprobos). Por teimosia, obstinação: Será que vocês adventistas não são desta aliança representa por Agar? Já que são escravos da Lei? Pois, Agar representa o monte Sinai, na Arábia, e Agar é o símbolo da Jerusalém atual, que é escrava com todo o seu povo. Mas a Jerusalém celestial é livre, e ela é a nossa mãe (nossa pátria). Pois as Escrituras Sagradas dizem:
“Você, mulher que nunca teve filhos, fique alegre! Você que nunca sentiu dores de parto, grite de alegria! Pois a mulher abandonada terá mais filhos do que a que mora com o marido”.
Vocês são “judaizantes”, vocês adventistas negam totalmente a graça de Deus, mas lembrem-se vocês podem ser como Isaque, filhos de Deus por causa da promessa divina. Arrependam-se e creia no Evangelho de Jesus Cristo! Voltem para Graça!
Naquela época o filho que havia sido gerado como todas as crianças são geradas perseguiu o que havia sido gerado por causa do Espírito de Deus, e a mesma coisa está acontecendo agora. Mas o que é que as Escrituras Sagradas dizem? Elas dizem: “Mande embora a escrava e o filho dela, pois o filho da escrava não herdará a propriedade do pai, junto com o filho da mulher livre”. Crentes que se voltam para a Lei negando a graça de Deus, em Cristo, no fim se tornaram escravos e não herdarão o Reino dos céus. Portanto, nós não somos filhos de uma escrava (como os adventistas), mas de uma mulher livre (a igreja universal fundamentada na nova aliança feita no Sangue de Cristo, salvos pela graça mediante a fé, e somente a fé “Sola Fide”). Cristo é a nossa rocha inamovível! Amém.
FONTE: INSTITUTO TEOLÓGICO ÊXITO
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