segunda-feira, 20 de julho de 2015

A Guarda do Sábado é Mandamento Vigente Para o Cristão?



Mateus 11. 29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Sendo o A.T uma sombra do Novo Testamento, devemos compreender as mensagens tipológicas do qual Deus trata no Antigo Testamento. Sábado foi uma forma de descanso para o povo de Israel; assim, como Jesus é o verdadeiro DESCANSO para a Igreja. (Diogo Guilherme)

A realidade sobre o sábado Seria a guarda do sábado o selo de Deus nos dias atuais? Não depois da morte de Cristo. Mas os ASD dizem que sim, talvez porque seus teólogos pensem ser os melhores intérpretes da Bíblia, a ponto de se colocarem acima de Jesus e dos apóstolos. Quando foi que Jesus ensinou ou fez algum escritor inspirado do Novo Testamento escrever sobre a guarda do sábado? O Israel, segundo a carne, possuía dois selos: a guarda do sábado (Êx 31.17) e a circuncisão (Gn 17.9-14). O povo de Deus não tem, nem precisa mais desses sinais identificadores de uma nação eleita. O ensino de Paulo em Efésios 1.13 indica ser o selo de Deus, neste nosso tempo, o recebimento do EspíritoSanto (cf. 2 Tm 2.19; 1 Co 9.2; Jo 6.27; Rm 4.11). Portanto, até onde a Bíblia nos permite, as maiores bases dos ASD acerca da guarda do sábado móstram-se verdadeiras falácias em revelia à Escritura. 

IX - PASSAGENS BÍBLICAS USADAS COMO FONTES DE DOUTRINA 
1. Gênesis 26.5 "Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis". 
Exame bíblico:
 O texto não diz que esses "preceitos", "estatutos" e "leis" são os Dez Mandamentos (entre os quais se acha o sábado), mesmo porque a Lei só foi dada 430 anos depois de Abraão (Gl 3.17). Vejamos alguns dos preceitos e estatutos dados por Deus a Abraão: a) que saísse de sua terra (Gn 12.1); a) que andasse na presença de Deus e fosse perfeito (Gn 17.1,2);  a) que guardasse o Concerto da circuncisão (Gn 17.9- 11) ;  d) que ouvisse Sara, sua mulher, para deitar fora sua serva (Gn 21.12); d) que sacrificasse seu filho Isaque (Gn 22.2); e) que habitasse na terra que Deus ordenara (Gn 26.2,3). 
2. Êxodo 16.22-30 Esta passagem mostra que a Israel foi ordenado guardar o sétimo dia, não colhendo o maná. Tal ordenação foi dada antes do povo chegar ao Sinai, onde veio a ser escrito o Decálogo. Os ASD alegam que, como o sábado foi dado antes do Sinai, a obrigação de guardá-lo existe desde o princípio do mundo. Ora, antes do Sinai não significa necessariamente "desde o princípio do mundo". 
Exame bíblico: 
a) Deus, que tirou Israel do Egito, começou a educá-lo, dando-lhe sua Lei (Êx 16.4); b) o v. 5 revela como Deus dá instrução a Moisés para ordenar ao povo que colha o dobro do maná no sexto dia, para não ter de fazê-lo no sétimo; c) em Êxodo 15.25, quando o povo se achava em Mara, no deserto, se diz que Deus "ali lhes deu estatutos e uma ordenação" - não foi no princípio do mundo; d) em Êxodo 20.10-12, Deus diz que tirou Israel do Egito e lhe deu (não restaurou) o sábado como sinal (entre Deus e Israel). Quando? Quando os tirou do Egito (v. 10); Onde? No deserto (v. 11). Além da menção à data e local de entrega da Lei, neste texto temos a indicação do povo a quem foi dada; e) Deuteronômio 5.15 diz que Deus ordenou a guarda do sábado em memória da libertação do povo do Egito. Isso mostra que a guarda do sábado é exclusivamente judaica (SI 47.19,20). 
3. Êxodo 20.1-17 O Decálogo ("lei moral"). Afirmam que é perfeito e superior ao resto da Lei de Moisés, também chamada de "lei cerimonial". 
Exame bíblico:
 Os Dez Mandamentos não foram escritos em pedras por serem superiores aos outros, mas para servir de testemunho visível do Concerto de Deus com Israel. Por isso as duas tábuas de pedra são chamadas de: a) Tábuas do Testemunho (Êx 31.18); b) a arca na qual foram postas, Arca do Testemunho (Êx 40.5); c) o tabernáculo onde se guardava a arca, Tabernáculo do Testemunho (Êx 38.21); d) era costume, naquele tempo, constituir-se uma testemunha visível para comprovar qualquer acontecimento solene (Gn 28.18; 21.27-30); assim fez Deus com Israel. Seria muito difícil - para não dizer impossível - escrever em pedra e transportar pelo deserto todo o Pentateuco; e) o Decálogo não é completo, nem o veículo exclusivo da vontade de Deus, uma vez que não proíbe a bebedice, a ingratidão, a ira, a depravação etc. 
4. Êxodo 31.12-18 Esta passagem diz que o sábado é um concerto perpétuo e um sinal entre Deus e os filhos de Israel. Sendo perpétuo, dizem, ainda está em vigor. 
Exame bíblico: 
Se somos obrigados a guardar o sábado pelo simples fato de ser denominado "estatuto perpétuo", então somos obrigados também a: a) guardar a Páscoa - estatuto perpétuo (Êx 12.14); b) lavar cerimonialmente as mãos e os pés - estatuto perpétuo (Êx 30.17-21); c) celebrar as festas judaicas - estatuto perpétuo (Lv 23.41); d) subordinar-nos ao sacerdócio aarônico - estatuto perpétuo (Nm 25.13). 
5. Deuteronômio 31.24-26 A Lei escrita por Moisés, o Pentateuco (menos o Decálogo, que foi escrito por Deus), foi posta "ao lado da arca do concerto do Senhor, vosso Deus..." O arrazoado que fazem é que, sendo esta a Lei posta ao lado da arca, difere da colocada dentro. A de dentro é moral (o Decálogo), e a do lado de fora, cerimonial. 
Exame bíblico:
 A Lei é uma só. Mesmo aquela chamada "cerimonial" pelos ASD contém preceitos morais. Basta ler Êxodo 22.21-22; Levítico 19.2,16,18; Deuteronômio 16.19; 18.13; Êxodo 23.2. Que parte da Lei foi considerada mais importante por Jesus? (cf. Mt 22.36-40) O primeiro mandamento (pela ordem de importância) é citado em Deuteronômio 6.5 e o segundo em Levítico 19.18. Destes depende toda a Lei, portanto o Decálogo é dependente deles. Se fosse válida a divisão da Lei em duas, feita pelos ASD, hoje — como já mencionamos - estaríamos desobrigados de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, visto que tais mandamentos não fazem parte do Decálogo e, sim, da Lei que Moisés escreveu e colocou ao lado da arca. 
6. Salmos 19.7 "A lei do Senhor é perfeita". Dizem que esta referência é feita à lei moral, contida no Decálogo, que é perfeito e, portanto, imutável. 
Exame bíblico: 
De tudo o que foi dito, podemos considerar que a grande falácia nos seus argumentos está no fato de admitirem que "Lei" seja apenas o Decálogo. Quando Davi fala da "Lei", nos Salmos, sempre se refere à Lei de Moisés, porque ele, como rei, era obrigado a ter uma cópia dela e lê-la diariamente (Dt 17.15-19). Assim, Salmos 19.7 e textos isolados do Salmo 119, sempre citados pelos ASD, não se referem ao Decálogo somente, mas "em tudo", a "todos os preceitos..." (SI 119.128). A mesma explicação se deve dar em relação às citações de Provérbios 28.9 e Eclesiastes 12.13,14, pois quem escreveu tais livros foi Salomão, também monarca de Israel. 
7. Isaías 56.1-7 Esta passagem é citada para provar que os crentes gentílicos são obrigados a guardar o sábado, pois faz referência "aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor..." (v. 6). Exame bíblico:
 Se essa passagem prova que os gentios devem guardar o sábado, da mesma maneira prova que devem guardar todo o Concerto que Deus fez com Israel, oferecendo holocaustos e sacrifícios no altar, no Santo Monte, em Jerusalém (v. 7). 
8. Isaías 66.22,23 "Porque, como os céus novos e a terra nova que hei de fazer estarão diante de minha face... E será que, desde uma Festa da Lua Nova até à outra e desde um sábado até ao outro, virá toda carne a adorar perante mim, diz o Senhor". Os ASD não hesitam em aplicar esta promessa a si mesmos e a seus esforços para que todos guardem o sábado, pois creem que esse será o dia de guarda no futuro. 
Exame bíblico: 
Se o texto supramencionado prova que o sábado é perpétuo e que deve ser guardado ainda hoje, também prova que a festa judaica da Lua Nova é igualmente perpétua e que deve ser observada nos nossos dias por todas as pessoas. Por um motivo que não se pode atinar, os ASD guardam o sábado, mas descumprem a Lua Nova... 
9. Mateus 5.17,18 "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido". Logo, afirmam, o sábado deve ser guardado, pois nenhuma parte da Lei (para eles, o Decálogo) pode ser omitida. 
Vejamos: Exame bíblico: 
Por um lado, esta passagem não diz que cada "jota" ou "til" da Lei permanecerá até que o céu e a Terra passem, mas até "que tudo seja cumprido!" É o que se lê em Lucas 16.16,17: "A lei e os profetas duraram até João..." Ora, tanto um texto quanto outro dão conta da transitoriedade da Lei - mas ela só passará depois de seu integral cumprimento. Visto que Jesus veio cumpri-la — e ele não falhou -, a Lei já passou. Jesus não fez referência a uma duração perpétua da Lei, mas ao seu completo cumprimento (Lc 24.44; At 13.29; Rm 10.4; Cl 2.14-16). Por outro, a Lei mencionada por Jesus no cap. 5 de Mateus não é só o Decálogo, mas toda a Lei, como vemos: a) refere-se a três mandamentos do Decálogo: o sexto (v. 21); o sétimo (v. 27) e o terceiro (v. 33); b) e também a outros, fora do Decálogo: v. 38 - "olho por olho" (cf. Êx 21.24; Lv 24.20); v. 43 - "amar o próximo e aborrecer o inimigo" (cf. Lv 19.18; Dt 23.6); c) Jesus, quando fala da Lei, refere-se a todo o Pentateuco - Gênesis a Deuteronômio (Mt 7.12; 11.13; 22.40; Lc 16.29-31). Ele veio cumprir toda a Lei, inclusive o Decálogo, e o fez plena e definitivamente. Nada mais há que nos obrigue à sua guarda. 
10. Mateus 19.16-22 "Guarda os mandamentos", manda Jesus ao moço rico. Baseados nesta passagem os ASD dizem que Jesus ensinou a guardar os Dez Mandamentos e, como o sábado é um deles, temos a obrigação de guardá-lo.
Exame bíblico: 
a) é digno de nota que Jesus omite o sábado; b) Jesus citou outros mandamentos fora do Decálogo; c) se somos obrigados a guardar todo o Decálogo porque Jesus citou apenas cinco mandamentos, então somos obrigados a guardar toda a Lei de Moisés, porque Jesus também citou mandamentos fora da chamada "Lei de Moisés" onde se encontram os seguintes: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 19.19), que não faz parte do Decálogo (Lv 19.18) e: "Não defraudarás alguém" (Mc 10.19), que se acha em Levítico 19.13. Se uma parte abrange o todo, certamente os ASD pecam contra sua própria argumentação, porque não guardam a "Lei de Moisés" onde se encontram os dois citados mandamentos, fora do Decálogo. 
11. Marcos 2.28 "Assim, o Filho do Homem até do sábado é Senhor". Os ASD empregam este texto para provar que o sábado é o dia do Senhor. 
Exame bíblico: 
Cristo não diz que o sábado é seu dia, senão que Ele é o Senhor do sábado. Sua intenção foi mostrar que o Filho do Homem era superior ao sábado. O sábado fora dado para atender às necessidades do homem - quais sejam: descanso, inspiração e mesmo lazer. Logo, Jesus, como Filho de Deus e conhecedor dos propósitos da Lei, pôde inocentar seus discípulos da acusação que lhes faziam os líderes judaicos: a de colher espigas nesse dia. O sábado veio a ser criado em função do homem, e não o homem por causa do sábado, de modo que este não podia servir de pretexto a uma negligência amorosa para com o próximo. 
12. João 3.13 "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu". Mencionam este texto como prova do sono da alma no intervalo entre a morte e a ressurreição. 
Exame bíblico: 
O trecho refere-se à conversa entre Jesus e Nicodemos, na qual Jesus lhe faz ver a necessidade do Novo Nascimento para entrar no Reino de Deus. Este ensino produziu admiração em Nicodemos a ponto de não poder aceitá-lo (Jo 3.7,9,11). Então, no v. 12, Jesus diz: "Se vos falei de coisas terrestres [o novo nascimento] e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?" (as coisas que o olho não viu, 1 Co 2.9). Ora, claro está que Jesus não falava da morte das pessoas nem do estado da alma após a morte, mas das verdades espirituais que só podiam ser discernidas mediante o Espírito. O conhecimento destas coisas, frisou, não dependia de alguém ter subido ao céu, senão dEle próprio - sua origem, motivo e propósito eram o céu. Sendo assim, era um legítimo representante do céu (de Deus) entre os homens, e podia dizer: "Sabemos e testificamos o que vimos" (v. 11). Confira Gênesis 5.24 e 2 Reis 2.11, onde se declara que Enoque e Elias foram ao céu, sem provar a morte. 
13. Atos 13.14; 18.4 "...e entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaramse. E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e a gregos". Os ASD, numa interpretação toda tendenciosa, dizem que Paulo guardava o sábado. 
Exame bíblico: 
a) Paulo foi criado em observância a toda a Lei (At 23.3); b) seu grande desejo era ganhar os judeus (Rm 9.3,4; 1 Co 9.20-23); c) circuncidou a Timóteo (At 16.3), mas deixou claro (1 Co 7.19) que a circuncisão nada é; d) observou o dia de Pentecostes (At 20.16); e) tosquiou a cabeça em sinal de voto (At 18.18); f) fez ofertas segundo a Lei (At 21.26). Não obstante, ensinou que os preceitos da Lei haviam sido abolidos e que ninguém precisava guardá-los (Cl 2.16). Sua presença na sinagoga (bem como a prática de outros preceitos legais), pois, atendia a um objetivo evangelístico - convencer os judeus de que Jesus era o prometido Messias e que, por isso, a Lei dera lugar à graça. Valera-se, assim, do grande número de judeus que se congregavam nas sinagogas para lhes apresentar aquele de quem falavam a Lei e os Profetas - Jesus Cristo. 
14. Romanos 3.31 "Anulamos, pois, a lei pela fé?" Dizem os ASD que a Lei consubstanciada nos Dez Mandamentos não é abolida pela fé, mas estabelecida. O sábado faz parte dela e por isso somos obrigados a guardá-lo. 
Exame bíblico: 
a) Nada há no texto ou no contexto que se refira ao Decálogo. b) Paulo está argumentando que ninguém jamais guardou a Lei (os preceitos do Pentateuco); esclarece, em função disso, que ninguém será justificado pelas obras da Lei (Rm 3.28), mas todos podem sê-lo mediante a fé (Rm 5.1). Antecipa que, desde que ele se subordinava à "lei da fé" icf. Rm 3.27,31), ninguém poderia taxá-lo de homem sem lei (v. 31). Assim, a fé e não as obras, como a guarda do sábado, tinham o poder de justificar. Ele não hesitou em afirmar que a Lei fora abolida (Rm 10.4; 2 Co 3.14; Cl 2.14-16). Usando outra metáfora, diz que para com Deus não estava sem lei, mas debaixo da "lei de Cristo" (1 Co 9.21). Em seguida, dá o veredito: "estais mortos para a lei... agora, estamos livres da lei... para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra" (Rm 7.4-6). 
15. Romanos 6.14 "O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça". Os ASD dizem que estar "debaixo da lei", é estar sob a condenação da lei, uma vez transgredida. 
Exame bíblico: 
A princípio, se estar debaixo da Lei significa estar sob condenação, que dizer sobre o estar debaixo da graça, visto que esta também tem suas exigências? (Tt 2.1-12; Hb 10.28,29) A subordinação cega à Lei é em si condenação à medida em que estimula a aparência de piedade e camufla a real condição humana de pecado. Além disso, se estar sob a Lei significa estar condenado, que dizer de Jesus? Afinal, consta na Bíblia dele ter "nascido sob a lei" (Gl 4.4). 
16. Romanos 7.12 "Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom". Ainda achando que se refere ao Decálogo, visto que no v. 7 há uma referência a ele, os ASD arrazoam que o mesmo não foi abolido. Reforçando seu argumento dizem que Paulo, além do que disse, reconhece ser a Lei espiritual (v. 14) e declara ter prazer nela (v. 22). No parecer deles, o posicionamento de Paulo ressalta a validade da Lei do modo como é expressa nos Dez Mandamentos. 
Exame bíblico: 
Paulo, pouco antes, diz com inequívoca ênfase que já não estamos debaixo da Lei (Rm 6.14). Queria dizer com isso, longe de qualquer peso de condenação, que não estamos mais sujeitos às suas ordenanças, uma vez que Cristo as cumpriu por nós. Estabelece, no cap. 7, a analogia da mulher que está sujeita ao marido enquanto este vive (v. 2). Morto o marido, fica livre a mulher e pode se casar novamente. Assim, a lei do marido pode ser santa, justa e boa, mas só vigora enquanto ele vive. A Lei nunca deixou de ser santa, justa e boa, mas sendo abolida, deu lugar à graça. A graça é que nos permite estar em Cristo e ostentar nEle o cumprimento integral da Lei. 
17. Hebreus 4.3-11 "Porque, em certo lugar, disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia" (v. 4). E evidente que o repouso de que se trata aqui não é o do sábado indicado no quarto mandamento, mas o repouso vindouro: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus" (v. 9). 
Exame bíblico: 
a) Deus repousou depois de haver criado o mundo; b) os profetas falaram de antemão de um "outro dia" (SI 118.24) em vez do sétimo, para comemorar o repouso maior que se seguiria a uma obra maior do que a criação; c) a este repouso maior, Josué nunca pôde guiar o povo judeu (v. 8); d) Jesus, havendo terminado sua obra de redenção na cruz (Jo 19.30), repousou Ele mesmo no primeiro dia da semana (Mc 16.9), como Deus havia repousado na criação; e) na cruz, foi abolido o sábado (Os 2.11; comp. Cl :.14- 17); f) portanto, enquanto se processa o glorioso plano salvífico de Deus, cumpre aguardar um descanso longe da corrupção que destrói (Mq 2.10; Mt 11.28-30); g) foi necessário esclarecer ao judeu - para quem o sábado era uma glória - que há um dia de descanso reservado para o povo de Deus, um sábado espiritual, muito superior em glória ao seu Shabbat (Ap 1.10; SI 118.22-24). 
18. Tiago 2.8-12 "Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos" (v. 10). Dizem os ASD que, como Tiago cita dois dos Dez Mandamentos ("não cometerás adultério" e "não matarás", v. 11), logo, a lei de que fala é o Decálogo. 
Exame bíblico: 
Na verdade Tiago está reprovando o pecado da acepção de pessoas, que é transgressão da lei real (Lvl9.18): "Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores" (vv. 9 e 10). A lei de que fala Tiago ("a lei real") inclui a expressão na forma do Decálogo, mas não se encerra com ele, percorrendo tudo o que Moisés ordenou e ainda mais. A lei real estava muito além das mostras e especificações previstas na letra, pois de nada adianta uma conduta legalista à parte do amor. Ora, o espírito da Lei é o amor (cf. Rm 13.8-10): "Quem ama cumpriu a lei" (v .8). Se todos os preceitos da Lei que representa o Antigo Concerto tivessem de ser observados hoje, na forma como foram então registrados, os ASD seriam seus maiores transgressores, pois não sacrificam animais, não guardam as festas, nem praticam a circuncisão. Quem não cumpre todas as coisas que estão na Lei, é dela transgressor (cf. Gl 3.10). E quem pode satisfazer à justiça de Deus pelas obras da Lei? 
19. 1 João 2.3-6 "E nisto sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos" (v. 3). Sem atentar para o principal mandamento (o amor a Deus e ao próximo), dizem que aquele que não guarda o sábado (um dos Dez Mandamentos) é mentiroso. Ora, mentiroso e hipócrita é quem, no sábado, acorrentado à letra da Lei, deixa de exercer a misericórdia; este de fato não viu a Deus nem o conheceu. 
Exame bíblico: 
Os mandamentos a que se refere João é mesmo o Decálogo? E incrível como conseguem afirmar isso em todos os seus argumentos, mas onde está escrito que o sejam? Apenas presumem isso, e por essa presunção ousam chamar de mentirosos todos quantos não rezam segundo a sua cartilha. Nos versículos 1 e 2, vemos que João fala de Cristo, e o pronome possessivo "seus" refere-se a Jesus e aos seus mandamentos — não consta haver menção ao Decálogo (Jo 13.34; 15.12; 1 Jo 3.23; 4.21; 2 Jo 5). Encontramos no Novo Testamento muitas ordenanças chamadas de "mandamentos", entre eles os dois grandes mandamentos (Mt 22.36-49). Os preceitos de Cristo são igualmente chamados "mandamentos do Senhor" (1 Co 14.37; 1 Ts 4.2; 2 Pe 3.2). Logo, não só a referência de João não é à Lei antiga, abolida por Jesus. Ele próprio nunca mandou guardar o sábado. Ao contrário, a não observância por Jesus do sétimo dia, segundo a opinião dos judeus, é que lhe trouxe perseguição e morte (Mt 12.1-3; Jo 5.16; 18.9-16). Não há como negar terem os ASD cometido erros graves, desde a fixação equivocada de uma data para a volta de Jesus, passando por concepções erradas acerca de assuntos escatológicos, como o número da besta, por exemplo, atribuído ao Papa, até à observância nada coerente do sábado, numa flagrante prova de legalismo sectário. Não apenas os cometem, mas são vítimas de seus próprios erros. Nosso dever é esclarecê-los sempre que possível, mostrar-lhes o caminho da salvação pela graça e, permanecendo recalcitrantes, não comungar e nem permitir vinculações com suas formas de culto e adoração, as quais, corrompendo a muitos, os afastam do Evangelho verdadeiro. 
BIBLIOGRAFIA Por ordem de citação neste capítulo: Administração da Igreja Fundadores da Mensagem Subtilezas do Erro Mensagens Escolhidas Primeiros Escritos A Orientação Profética do Movimento Adventista O Conflito dos Séculos Meditações Matinais O Ritual do Santuário Estudos Bíblicos Leis em Contraste Por que se Guarda o Domingo? Outras obras sobre o adventismo: Obs.: A sugestão abaixo é apenas uma lista de consulta. O fato de uma obra estar incluída não significa que os autores asseguram a precisão do seu conteúdo, nem que haja recomendação implícita de outras obras do mesmo autor ou editora. Algumas estão esgotadas, podendo ser encontradas em sebos e bibliotecas. Obras Evangélicas: 
O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus, R. Pitrowshy, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1967. O Abalo do Adventista, Geoffrey Paxton, Rio de Janeiro, JUERP, 1983. 
O Adventista, Ubaldo Torres Araújo, Águas de Prata, SP, Novo Despertar, 1981. Igreja de Vidro, Ubaldo Torres Araújo, Águas de Prata, SP, Novo Despertar, 1983. Pecador Eu Sou. Transgressor, Não, Ubaldo Torres Araújo, Águas de Prata, SP, Novo Despertar, 1983. O Sábado, a Lei e a Graça, Abraão de Almeida, Rio de Janeiro, CPAD, 1980. Que é Adventismo, José Pio da Paz, Rio de Janeiro, 1976. A Guarda do Sábado, Aníbal Pereira Reis, São Paulo, Edições Caminho de Damasco. Os Cristãos Devem Guardar o Sábado? Roger E. Dickson, 1978. Cristianismo ou Sabatismo? H.E. Alexander, São Paulo, Casa da Bíblia. Trinta Razões Porque Não Guardo o Sábado, Amilto Justus, Edições Vale da Bênção. Será Que o Cristão Deve Guardar o Sábado? E.D. Harris, Ourinhos, Edições Cristãs, 1986. Que É Adventismo do Sétimo Dia? Roland H. A. Seboldt, Porto Alegre, 1970. O Sabatismo, Adrião Bernardes, São Paulo, Ordem dos Pastores, 1961. Porque Saí do Adventismo do Sétimo Dia, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1984.

FONTE: Desmascarando as Seitas.../Natanael Rinaldi e e Paulo Romeiro 1 ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1996.
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