INTRODUÇÃO
O livro de Daniel é conhecido como “O Apocalipse do Antigo Testamento”. A palavra apocalipse significa um desvendamento, uma manifestação de coisas ocultas, uma revelação de mistérios divinos.
O livro de Daniel e o livro de Apocalipse têm muito em comum, embora em certos aspectos importantes eles sejam diferentes. As crises dramáticas, o choque de forças em uma escala cósmica e a ênfase acerca do fim dos tempos aparecem nos dois livros. Muitas das imagens simbólicas de Daniel estão refletidas no livro de Apocalipse. Os animais com chifres em Daniel, representando poderes terrenos, encontram seu correlativo nos animais do Apocalipse. Nos dois livros encontramos uma visão do Glorioso cuja presença impressiona o espectador. Em ambos os livros lemos a respeito de tronos e do trono em que está assentado o ancião de dias. Ambos retratam o clímax da história, quando os reinos dos homens se submetem ao reino triunfante e eterno de Deus.
Daniel e Apocalipse não são os únicos a tratar de aspectos apocalípticos
Daniel, ainda muito jovem, começou servindo fielmente a Deus em terra estranha. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, idolatria e ocultismo da corte babilônica. Foi semelhante a José em piedade e pureza.
Seguiu para Babilônia como cativo, na primeira leva de exilados de Judá, em 606 a.C., quando tinha entre 14 e 16 anos de idade. Ali viveu no palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de Deus, atravessando o reinado de todos os reis babilônicos, exceto o primeiro deles - Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do neo-Império Babilônico. Chegou ao Império Persa, sob Ciro (6.28; 10.1). Prestou cerca de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo!
Na Bíblia Hebraica, Daniel não aparece entre os Profetas (Nebhiim), mas entre os Escritos (Kethubhiim). Alguns têm se queixado de que isso foi feito para diminuir a autoridade de Daniel devido ao testemunho claro que o livro dá acerca do Messias. Mas esse motivo não parece plausível em vista do lugar de autoridade que o livro recebe no cânon sagrado. Se, de fato, havia o intento sério de diminuir a autoridade de Daniel, ele teria ficado fora do cânon. Pusey explica que Daniel, na verdade, não era técnica nem profissionalmente um profeta, mas um estadista. Ele não possuía o ofício profético. Por isso ele não constava entre os profetas nas Escrituras hebraicas.3 Mas Daniel cumpriu a função profética. Por isso, seu livro está no cânon das Escrituras Sagradas e sua mensagem é reconhecida nas próprias Escrituras como profecia. Young segue uma linha de raciocínio parecida, respeitando a posição de Daniel nas Escrituras hebraicas.
1. Época e local do livro. O livro de Daniel foi escrito em 606-534 a.C., durante o exílio do povo de Deus em Babilônia. (O exílio foi mesmo de 606 a 536 a.C.) Babilônia era a capital do império. (Susã, a capital de Ciro, no Elão, é mencionada no livro - 8.2 mas numa visão de Daniel.)
2. Divisão do livro.
Parte histórica (capítulos 1 a 6) - Uma espécie de biografia de Daniel, havendo também o elemento profético, especialmente no capítulo 2.
Parte profética (capítulos 7 a 12) - Visão geral e pormenorizada dos últimos impérios mundiais dos tempos dos gentios, sucedidos pelo reino dos santos do Altíssimo (7.22).
Em suma, o livro revela o domínio de Deus sobre os reinos do mundo, bem como o estabelecimento do seu próprio reino.
3. Tema do livro. Deus revela o profundo e o escondido, e governa os reinos dos homens, como está escrito: "Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz" (2.22). "Até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer" (4.25).
4. Objetivo do livro:
a. Revelar o futuro do mundo gentílico.
b. Revelar o futuro da nação israelita.
FONTE: Ross E. Price C. Paul Gray J. Kenneth Grider Roy E. Swim; COMENTÁRIO BÍBLICO DE BEACON (ISAÍAS A DANIEL) - EDITORADA CPAD, ANO 2005.
Silva, Antonio Gilberto da, 1929-
S578d Daniel e Apocalipse / Antonio Gilberto da Silva. - Rio de Janeiro Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1984.
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