quinta-feira, 23 de abril de 2015

COMENTÁRIO DO LIVRO DE DANIEL CAP. 01


As Histórias (1.1 - 6.28)

Todas as histórias de Daniel têm por pano de fundo a corte da Babilônia. Quatro delas ocorreram durante o reinado de Nabucodonosor (caps. 1-4). E uma história ocorreu nos dias de Belsazar, governador da Babilônia sob Nabonido, o último dos reis do império neobabiiônico (cap. 5). A última das histórias sucedeu nos dias do conquistador persa da Babilônia (cap. 6). Todas essas histórias têm elevado conteúdo moral, enfatizando como o homem bom pode vencer qualquer obstáculo, se não comprometer sua espiritualidade e moralidade, a despeito das provações pelas quais tiver de passar. Alguns judeus fiéis, que foram perseguidos, elevaram-se a altas posições em meio ao mais crasso paganismo. As histórias narradas em Daniel são, ao mesmo tempo, contos de uma corte oriental, combinados com a tradição hagiográfica. Alguns eruditos supõem que tudo isso seja mero artifício literário, e também que não devemos preocupar-nos com a realidade histórica envolvida. Em outras palavras, para esses eruditos trata-se de histórias de exemplos morais e espirituais que não representam nem histórias nem profecias. Os eruditos conservadores, pelo contrário, encontram tanto valor histórico quando profético nesses relatos.

Primeira História: Introdução a Daniel e Seus Amigos na Corte

“Os dois primeiros versículos do livro de Daniel afirmam quando e como o profeta foi levado para a Babilônia. Os eventos do livro começaram no terceiro ano do reino de Jeoaquim, rei de Judá. Isso parece estar em conflito com a declaração de Jeremias de que o primeiro ano de Nabucodonosor, rei da Babilônia, ocorreu no quarto no do reinado de Jeoaquim (Jer. 25.1)” (J. Dwight Pentecost, introdução à seção). Ele apresenta duas maneiras possíveis de solucionar a aparente contradição: 1. O calendário judaico começava o ano no mês de tishri (setembro-outubro), enquanto o calendário babilónico começava o ano na primavera, no mês de nísã (março-abril). Se o cômputo babilónico for usado, obteremos o ano do cerco de Nabucodonosor de Jerusalém como o quarto ano de Jeoaquim, mas o cômputo judaico assinalava o terceiro ano. Daniel, sendo judeu, pode ter empregado o cômputo judaico. 2. Então temos de considerar como os babilônios contavam as datas dos reinados dos reis. A porção de um ano que antecedia o início de um novo ano, antes da subida ao trono, era chamada de primeiro ano, mesmo que tivesse curta duração. Se Jeremias seguiu esse modo de contar as datas, então ele contou o ano de subida ao trono de Jeoaquim (que foi apenas parte de certo ano) como o primeiro ano. Paralelamente, Daniel pode ter usado o modo de contar judaico, que não considerava aqueles meses como o primeiro ano de reinado de um monarca. Assim sendo, ele contou somente três anos inteiros do reinado de Jeoaquim. Seja como for, o ano foi 605 A. C. A tudo isso devemos adicionar a observação de que discrepâncias dessa espécie, se é que existem, de modo algum comprometem a inspiração e a exatidão da mensagem. Harmonia a qualquer preço é, com freqüência, a manipulação de informes ao preço da honestidade.
No ano terceiro do reinado de Jeoaquim. Quanto às três deportações de Judá que se seguiram aos diversos ataques de Nabucodonosor contra Jerusalém, ver as notas sobre Jer. 52.28. “O terceiro ano de Jeoaquim foi 606 A. C. Nabucodonosor é a forma judaica de Nabuchadrezar, que, em 597 A. C., levou os tesouros do templo e cativos para a Babilônia (II Reis 24.10-15). No vs. 2, a Babilônia é chamada por seu antigo nome, Sinear (ver Gên. 10.10; Isa, 11.11)” (Oxford Annotated Bibie, sobre o Prólogo). Note o leitor a variação da data suposta. Cf. II Crô. 36.2 com II Crô. 36.5. O irmão mais novo de Jeoaquim, Jeoacaz, tinha sido posto no trono de Judá por Faraó Neco, que matara o rei Josias, em 609 A. C. Neco destronou Jeoacaz e pôs Jeoaquim no trono (II Crô. 36.3-4). Daniel foi levado à Babilônia por ocasião da primeira deportação.
 O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim. Quanto à história completa dos ataques babilónicos e dos cativeiros subseqüentes, ver no Dicionário o artigo chamado Cativeiro Babilónico. O cativeiro ocorreu por meio de ondas. Jeoaquim foi primeiro submetido ao pagamento de tributo e ao acordo de que não se rebelaria. Quando ele ignorou esses acordos, Nabucodonosor retornou a Judá pela segunda vez, em 597 A. C. Nesse tempo, dez mil cativos judeus foram levados para a Babilônia. O profeta Ezequiel estava entre eles. Ver Eze. 1.1-3; II Reis 24.8-24 e II Crô. 36.6-10. Foi a incansável tríade idolatria-adultério-apostasia que causou a calamidade iniciada com Jeoaquim, mas não terminada com ele. Ver Jer. 7.30 ss.; 34.12-22 e Hab. 1.6.
Alguns dos utensílios da casa de Deus. A primeira deportação incluiu um saque parcial do templo. Ver essa história em II Reis 24.12-16. Haveria um segundo ataque contra Zedequias, o último rei de Judá. Quanto a isso, ver II Reis 25.13-
17 e cf. II Crô. 36.18 e Jer. 27.19,20.
Sinear. Este era o antigo nome da Babilônia, usado pelos hebreus. Ver Gên.
10.10-11.2; 14.9; Isa. 11.11; Zac. 5.11.
A casa do seu deus. O nome comum, nos livros de Reis, é “casa de Yahweh”. Escritores posteriores, como aqui, usaram a expressão “casa de Elohim”. O termo se repete em Dan. 5.3. O uso das palavras “de Elohim” reflete o uso mais antigo. Ver Juí. 17.5 e 18.31. O santuário de Silo chamava-se “casa de Elohim”, com o sentido de '‘casa de poder”. Ver no Dicionário o artigo chamado Deus, Nomes Bíblicos de. O livro de Daniel tende a evitar o nome sagrado, Yahweh, provavelmente por motivo de respeito ao mais augusto dos nomes hebraicos de Deus.
A deportação dos judeus foi uma grande perda financeira, e não meramente em termos de vidas. Algumas vezes, os templos antigos eram essencialmente tesouros. Ver I Crô. 28.11. Ezequias tolamente mostrou os tesouros do templo aos babilônios, o que acabou custando-lhe uma severa repreensão de Isaías. Ver II Reis 20.12 ss.
Seu deus. Dan. 4.8 informa-nos que o deus de Nabucodonosor era Bei, ou seja, Marduque, o deus cidade da Babilônia, cabeça do panteão babilónico da época. Cf. Isa. 46.1; Jer. 50.2; 51.44. Ver no Dicionário o verbete chamado Nabucodonosor.

FONTE: O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO
por Russell Norman Champlin, Ph. D. Volume 5
ISAÍAS JEREMIAS LAMENTAÇÕES EZEQUIEL DANIEL OSÉIAS JOEL AMÓS OBADIAS JONAS MIQUÉIAS NAUM HABACUQUE SOFÓNIAS AGEU ZACARIAS MALAQUIAS ★★★ 2a Edição - 2001 Direitos Reservados MAGNOS
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